Parlamento Amazônico envia nota de repúdio à suspensão de Azulão
Manaus- O Parlamento Amazônico enviou nesta quarta-feira (4) à tarde um comunicado à imprensa nacional com repúdio a recomendação do Ministério Público Federal (MPF) sobre a suspensão das atividades de exploração de gás realizada pela empresa Eneva na região de Silves, no Amazonas, em função do suposto avistamento de indígenas isolados por integrantes de organizações privadas (“ONGs”) contrárias a grandes empreendimentos no Estado. A Eneva produz gás natural no Campo de Azulão, que abastece a termelétrica Jaguatirica II, responsável por até 80% do fornecimento de energia a Roraima, e a paralização das atividades poderia levar a um apagão.
O Parlamento Amazônico é uma entidade integrada por parlamentares dos nove estados que compõem a Amazônia Legal: Amazonas, Acre, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
Segundo revela a nota, assinada pelo deputado estadual de Roraima, Laerte Gomes, “o Parlamento tem como objetivo principal fomentar o diálogo e a articulação política para defender os interesses e as necessidades da região amazônica, assegurando que as demandas e necessidades da região sejam ouvidas e atendidas.”
Ainda segundo a nota, recentemente, o Parlamento Amazônico tomou ciência de que o Ministério Público Federal recomendou a Fundação Nacional dos Povos Indígenas – (Funai), a suspensão das atividades de exploração de gás realizada pela empresa Eneva em Silves.
O projeto desenvolvido na região é estratégico para a região Norte – sendo responsável pelo abastecimento de cerca de 70% da energia elétrica de Roraima – e para o País. Com investimento de R$ 6 bilhões, o empreendimento já é responsável pela geração de mais de 3 mil empregos e certamente contribuiu para que a cidade de Silves tenha alcançado o primeiro lugar entre as cidades do interior no ranking do projeto Atlas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Amazonas (ODS Amazonas), da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
Roraima é o único estado isolado eletricamente no Brasil. Até 2022, o Estado consumia mais de 1 milhão de litros de diesel por dia para geração de energia. A UTE Jaguatirica II, utilizando gás natural, substituiu o diesel, reduzindo custos e emissões de gases de efeito estufa, e reduzindo a frequência de blecautes em mais de 90%.
“Caso a recomendação expedida pelo MPF seja acatada pela Funai, a produção de gás natural na região de Silves será paralisada, impedindo o suprimento da usina térmica de Roraima e, portanto, ocasionando apagão de energia elétrica em curto prazo, assim que esgotadas as reservas de gás natural no estado. Além disso, o prejuízo social na região de Silves seria incalculável, com a destruição de empregos diretos e indiretos e o fim de programas sociais relevantes associados ao empreendimento”, comenta a nota.
Fonte: D24am.
Nenhum comentário